Quantas vezes já vimos empresas operando no modo “faça o máximo que puder, no menor tempo possível”?
Quando não existem filtros claros ou prioridades definidas, a sensação geral é: “Não temos estratégia, porque não conseguimos dizer ‘não’ a nada”.
O papel superior dos estudos de mercado
Uma boa estratégia é aquela que equilibra decisão e informação.
Quando falamos em market research e geomarketing, estamos falando de metodologias que geram visão de contexto, tanto de concorrência quanto de oportunidades de mercado em determinadas regiões.
Por que isso é superior?
Porque, ao mapear dados geográficos e tendências de consumo, você ganha uma camada de inteligência que diminui as apostas cegas.
Isso não anula o risco, mas fornece um lastro para a tomada de decisão.
Por exemplo, em vez de “apostar tudo” em um único segmento ou região sem nenhum dado, a empresa avalia onde há maior densidade de público, concorrência mais fraca ou rotas de distribuição mais eficientes, e só então faz escolhas.
Mesmo assim, é importante lembrar que a insegurança é normal, afinal, mesmo com muitos dados, nunca teremos 100% de certeza.
Mas dados bem coletados e analisados tornam essa insegurança mais administrável.
Visões românticas vs. realistas de estratégia
Existe um certo romantismo em torno da ideia de estratégia.
Fazemos comparações com filmes em que um herói em desvantagem encontra a passagem secreta para a fortaleza ou uma solução genial do tipo “então vamos tentar esse caminho!”.
São momentos de clareza dramática, que parecem exemplos perfeitos de estratégia.
Na vida real, nem toda estratégia terá essa cara de “golpe de mestre”.
Alguns planos envolvem abrir mão de grandes saltos e simplesmente manter vários projetos, só que de maneira minimamente estruturada.
Especialmente quando há dados de Geomarketing sugerindo que várias regiões têm potencial moderado, mas não há certeza sobre qual devemos explorar primeiro.
É menos glamouroso, mas muitas empresas funcionam nesse modelo de “pequenas apostas em múltiplas frentes” com base nos dados que têm.
Decisão sem estratégia?
Imagine que você tenha duas opções:
- Fazer uma aposta grande em uma iniciativa de alto risco, porém de alto retorno.
- “Fatiar” sua estratégia, distribuindo recursos em várias iniciativas de menor risco e menor retorno.
Se tudo convergir para uma única aposta e ela falhar, você pode afundar rápido.
Se a empresa mantiver múltiplas frentes, talvez avance em pequenos passos, mas com menor chance de quebrar de vez.
Estudos de mercado e geomarketing podem afinar essa escolha, ajudando a identificar onde existem melhores oportunidades ou quais segmentos são mais promissores.
A bagunça do mundo real
Frequentemente, a “melhor” estratégia que podemos criar não passa de uma leve vantagem em meio a muitas restrições.
Você faz pesquisas de mercado, usa geomarketing, contrata consultores, apenas para descobrir que suas opções ainda são recheadas de riscos.
A estratégia não acontece num vácuo: há concorrência, incertezas econômicas, contextos políticos e a herança de decisões passadas, tudo isso impacta o que você pode ou não fazer.
“Se tivéssemos uma estratégia, tudo se resolveria!”
Uma estratégia pode, por exemplo, revelar que seus pressupostos estavam errados ou que você precisa reconhecer uma dívida gigantesca.
A experiência mostra que excesso de pressa para parecer “decidido” pode levar a erros graves, sobretudo se os dados indicarem que o cenário é complexo e não há perspectiva de vitória rápida.
Resumo
A estratégia não é uma fórmula mágica que resolve todos os problemas.
Ela combina pragmatismo, decisão e opcionalidade.
Estudos de mercado e geomarketing podem ampliar ligeiramente suas chances de sucesso, pois oferecem visões mais claras de onde e como agir.
Mas nem mesmo eles garantem certezas absolutas.
Afinal, o mundo dos negócios é sempre cheio de variáveis fora de controle.