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Um novo dia, um novo Censo

Revisões fazem parte da metodologia do Censo

Da pesquisa realizada entre agosto de 2022 e março de 2023, às etapas de Pós-Enumeração, em que há uma revisita a alguns domicílios a fim de calibrar as respostas, passando pela consolidação das informações principais na escala de municípios, já se vão alguns meses de muita ansiedade para nós.

Quase tudo que se ouve do Censo tem a ver com políticas públicas, essenciais num país com tantas pessoas carentes, mas também existem as aplicações comerciais, como consta no site do IBGE:

A seleção de locais para a instalação de fábricas, supermercados, shopping centers, escolas, creches, cinemas, restaurantes, lojas.

Cada Censo marca uma era inteira para o Geomarketing, vindo de usos muito limitados do Censo de 1992 (olha ai outro atraso), às primeira aplicações com o Censo 2000, até o uso disseminado que tivemos das informações do Censo 2010.

A expectativa para o Censo 2022 está altíssima e estamos prontos para fazer um ótimo uso delas.

Primeira divulgação de resultados gerou polêmica

Ainda no final de dezembro de 2022, o IBGE liberou a prévia da População dos Municípios com base nos dados do Censo Demográfico 2022 coletados até 25/12/2022.

Essa atípica prévia, afinal a pesquisa ainda estava coletando resultados, foi uma imposição do Tribunal de Contas da União, que precisava das informações populacionais para direcionar a distribuição de verbas federais para os municípios.

A metodologia utilizada pelo IBGE consistiu numa estimativa do que faltava coletar com base na coleta já realizada. 

O problema maior não foi metodologia em si, mas a ausência Pesquisa de Contagem da População, prevista para 2015, mas não realizada.

Essa pesquisa teria o papel balizador das estimativas entre Censos e, sem ela, a variância de resultados ficou maior. 

As informações preliminares do Censo 2022 não tinham problemas, pois foram baseadas em um levantamento universal que já estava 84% concluído.

O problema estava nas estimativas anteriores que regulavam a distribuição de verbas, que agora seriam revistas.

Houve choro e ranger de dentes, mas prevaleceu a consistente contagem populacional daquele momento, que se confirmou com a divulgação final em junho de 2023.

15 milhões de pessoas sumiram da noite para o dia

No dia da primeira divulgação do Censo, o Brasil, que acreditava ter 218 milhões de habitantes,  acordou com “apenas” 203 milhões.

Isso levantou dúvida sobre a consistência do IBGE, mas não se pode comparar alhos com bugalhos, o Censo é uma pesquisa universal, ela vai a todos os domicílios e custa quase 3 bilhões de reais. 

A estimativa é uma aproximação com base no que já se sabe e na tendência.

O que realmente mudou não foi o tamanho da população, mas a aceleração da tendência de menos filhos. 

Seria impossível e irresponsável prever uma decisão que vem sendo tomada no íntimo das famílias, duramente afetadas pelo elevado custo de vida nas cidades, pela falta de perspectiva profissional e tantas outras mazelas que fazem com que pais e mães pensem muitas vezes antes de trazer alguém ao mundo.

Em agosto de 2024 o IBGE divulgou uma revisão na estimativa, adicionando mais pessoas à contagem.

Uma pesquisa inteligente

Outra crítica ao Censo veio da comparação com outros países em que a pesquisa é feita online, ou sequer acontece.

Nos Estados Unidos a pesquisa pode ser respondida pela internet, onde também é possível votar pelos correios, mas a estrutura de domicílios e endereços é totalmente compreensiva.

Usar métodos deste tipo isolaria ainda mais as populações carentes, justamente as que mais precisam ser contadas e compreendidas para o desenho de políticas públicas.

Alguns países são pequenos e podem passar com pesquisas menores que substituem o Censo.

O Brasil tem proporções continentais e sua população está distribuída pelo território, fazendo do Censo uma operação de larga escala.

Bem por isso, o emprego de alta tecnologia é essencial para a eficiência, controle e monitoramento.

Desde 2010 a pesquisa usa coordenadas geográficas capturadas por satélites (GPS) e no Censo de 2022 seu uso foi expandido para todos os trajetos percorridos, criando uma malha inédita de endereços e caminhos.

As informações de Censo Coordenadas Geográficas dos Endereços têm sua divulgação prevista para o dia 2 de fevereiro de 2024.

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