Cada nova plataforma nasce de uma oportunidade percebida
Em geral ela começa assim:
Após anos expandindo com base no feeling, a rede adotou o Geomarketing e agora conhece as vantagens de saber antes se um lugar tem potencial.
Com bem disse Albert Einstein:
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original”
Daí alguém do time de expansão dessa rede pensa:
“Será mesmo que precisamos pagar caro por uma solução tão defasada?”
“Após buscar alternativas no Google não encontrei nada de relevante além da mesma ferramenta ultrapassada, que agora me persegue por toda a internet, e uma outra versão genérica”.
“Talvez exista espaço para uma nova plataforma que seja mais moderna e não tão cara.”
O varejo brasileiro é competitivo e continental, dois ingredientes poderosos para a demanda por análises de Geomarketing.
Além disso, contamos com um excelente órgão público de Geografia e Estatística que nos abastece com informações de qualidade sem cobrar por isso.
Fica faltando um sistema que analise dados em mapas, as plataformas de Geomarketing.
Podemos agrupar as plataformas em três ciclos tecnológicos
A primeira extinção em massa de ferramentas de Geomarketing aconteceu em meados dos anos 2000, quando as ferramentas desktop começaram a ser substituídas por versões online.
A segunda extinção em massa aconteceu com a chegada do Censo de 2010, que foi o primeiro a coletar dados com um sistema de GPS acoplado.
Esse novo nível de granularidade e alta precisão não era processado pelas soluções da época, que também não souberam acompanhar a evolução da internet.
A intensa disputa entre os sistemas sobreviventes marcou a percepção de que seria necessário muito capital para se manter competitivo.
À época, a empresa que mais se capitalizou levantou dezenas de milhões de reais.
Neste cenário, todos os demais desistiram de competir frente a frente, escolhendo nichos ou dando mais ênfase a projetos de consultoria.
A empresa mais capitalizada investiu pesado em squads, num escritório descolado, times de marketing, campanhas de performance, eventos e viagens.
No auge de seu período de dominação, aumentou preços e tratou seus clientes e funcionários como se estivesse lhes fazendo um favor.
Sua confiança era alimentada pela promessa de novos produtos vindos dos squads, times formados por profissionais vindos de fora do geomarketing.
O que fez com que o sistema principal fosse negligenciado, a exemplo de um carro que está para ser vendido e recebe menos manutenção.
Inúmeros post-its nas paredes não deixavam dúvida, o que vinha por aí seria tão incrível que nem valia consertar bugs e atualizar versões da ferramenta principal, em breve as novas estrelas assumiriam seu lugar.
Até que, após muitas promessas, adiamentos e novas promessas, ficou claro que não haveria qualquer novo produto.
Restava voltar à velha panela que faz comida boa.
A esta altura, grande parte dos milhões de investimento tinha sido afundada, a ferramenta antiga estava ainda mais desatualizada, o escritório descolado foi devolvido, o ambiente ficava cada vez mais tóxico com muito estresse e demissões-surpresa.
Ações de marketing tentavam transmitir força, manter a imagem requer esforço porque é falsa.
Especialmente para quem conheceu o desgastante processo descrito acima, a imagem de poder já não intimida em nada.
Teve início um novo ciclo de desenvolvimento de plataformas de olho em oferecer algo atualizado por um valor justo, quem sabe até tratar as pessoas com respeito.
Essa capacidade que o mercado de Geomarketing tem para atrair novas plataformas vem da consistente demanda por este serviço.
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Importante destacar que existem plataformas e plataformas, algumas são mais básicas, quase projetos escolares, enquanto versões profissionais levam tempo e muito capital para alcançar este patamar.
Em 2022 tivemos um novo Censo que está prestes a liberar as informações do universo pesquisado, ingrediente-chave para as soluções.
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